domingo, 7 de outubro de 2007

Quando me perdi você apareceu. Você é meu homem de lata. Eu tento te dar um coração ao mesmo tempo em que procuro um caminho pra voltar pra casa.
O nosso amor não existe mas em mim ele é presente e forte. A ilusão de um passado que não existiu me faz sonhar com um futuro que não virá.
Eu sempre sei o que esperar, mas tento driblar o destino imposto. Finjo que você gosta de mim e você finge que não percebe o que eu sinto e assim a gente segue fingindo. Somos dublês de nós mesmos, num romance pitoresco cujo romantismo não existe.
Eu te empresto meus sonhos mas você não se apóia neles para chegar até as estrelas. Vagando pelo espaço nós estamos próximos e distantes. Viajando na velocidade da luz minhas palavras se perdem antes de chegar até você e se tornam distorcidas, a verdade se transforma em "oi, tudo bem?"
Dançamos no palco da vida onde o grande relógio corre em sentido contrário. Cada minuto a mais é um minuto a menos. A música é muda, o livro está em branco.

Fim
(sem ao menos um começo)