domingo, 7 de outubro de 2007

Quando me perdi você apareceu. Você é meu homem de lata. Eu tento te dar um coração ao mesmo tempo em que procuro um caminho pra voltar pra casa.
O nosso amor não existe mas em mim ele é presente e forte. A ilusão de um passado que não existiu me faz sonhar com um futuro que não virá.
Eu sempre sei o que esperar, mas tento driblar o destino imposto. Finjo que você gosta de mim e você finge que não percebe o que eu sinto e assim a gente segue fingindo. Somos dublês de nós mesmos, num romance pitoresco cujo romantismo não existe.
Eu te empresto meus sonhos mas você não se apóia neles para chegar até as estrelas. Vagando pelo espaço nós estamos próximos e distantes. Viajando na velocidade da luz minhas palavras se perdem antes de chegar até você e se tornam distorcidas, a verdade se transforma em "oi, tudo bem?"
Dançamos no palco da vida onde o grande relógio corre em sentido contrário. Cada minuto a mais é um minuto a menos. A música é muda, o livro está em branco.

Fim
(sem ao menos um começo)

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O telefone que não toca. As flores que não chegam. As borboletas no estômago que não voam. Os encontros que não aconteceram. As mensagens não recebidas. As cartas não enviadas. As conversas não tidas. Os olhares, abraços e beijos não trocados. Os momentos não vividos. As juras não trocadas. As horas que não passam. As palavras não ditas.

O amor que se vai.

domingo, 15 de julho de 2007

A banalização do extraordinário


Vez por outra leio um texto de como as pessoas estão se acostumando com coisas que não deveriam, como por exemplo, a corrupção, a falta de impunidade, a (in) justiça brasileira, ...
Estava refletindo com os meus botões: pior do que se acostumar com as coisas ruins da vida é se acostumar com as coisas boas.
Muito pior do que não crer nos políticos é não crer num novo dia que começa cheinho de oportunidades. É como ter uma caixa de chocolates e escolher ficar apenas com a embalagem.
A vida está aqui, diante dos nossos olhos, pronta pra ser desfrutada. Por que então tem gente que prefere ser expectador a protagonista?
Vergonha, medo, receio, costume, mania, covardia, fraqueza, pavor, temor, faz as pessoas se apegarem as suas rotinas deixando de ver o óbvio.
Nos acostumamos com o pôr-do-sol. Não nos emocionamos mais com palavras de gentileza ou abraços apertados. Acabamos esperando demais da vida sem nos tocarmos que temos muito.
Às vezes somos acometidos por pequenos raios de lucidez. Vemos velhos amigos, nos sentimos bem com eles, então dizemos “vamos marcar alguma coisa”, mas nunca marcamos.

É hora de realizar os sonhos guardados na gaveta.